sexta-feira, março 05, 2004

o limbo do wi-fi

Before Wi-Fi Can Go Mainstream

Voltando um pouco alguns posts atrás, eu falava sobre um special report da Businessweek sobre wi-fi. Num dos artigos comenta-se o que ainda será preciso superar nos EUA para que wi-fi se torne uma tecnologia massificada como é, por exemplo, o telefone celular. É interessante acompanhar estes desdobramentos para que possamos aprender com os erros e fazer as correções necessárias no mercado brasileiro.

Uma das dificuldades na implementação e uso da tecnologia reside no fato de que a abrangência de um hotspot é limitada. Wi-fi não é ubíquo como gostaríamos. Isso gera uma série de problemas quando pensamos na mobilidade do usuário. Cada vez que ele muda de hotspot se defronta com diferentes formas de autenticação, diferentes configurações de softwares, ajustes em firewall, etc. No final das contas acaba sendo tão complicado que o usuário pode desistir, como fez com tantas outras tecnologias difícieis de usar.

A segurança ainda é um fator preocupante neste tecnologia, especialmente para uso corporativo. Se formos olhar para o mercado incial onde está sendo vendido wi-fi veremos que os primeiros usuários são executivos em viagens, ou seja, justamente um usuário que precisa de segurança nas suas conexões. A faixa de frequência utilizada pelas redes wi-fi não são regulamentadas pelos orgãos competentes, nem lá nos EUA, nem aqui no Brasil. Isso significa que qualquer um pode entrar nessa faixa. Além disso existe o que se chama de "garbage bands", que são as interferências possiveis de acontecer, provenientes de um microondas, por exemplo.

A velocidade, que hipotéticamente pode chegar a 11 Mb, na prática depende da largura de banda na qual o hotspot está conectado. Se o hotspot está conectado numa conexão ADSL de 300k, todos os acessos daquele hotspot estarão limitados à mesma velocidade. É fácil perceber que esta velocidade irá variar muito de hotspot para hotspot. Nenhum problema se o objetivo é navegar em páginas web ou ler e-mails, mas quando falamos de transmissão de arquivos, voz e vídeo, é preciso reconsiderar a velocidade disponível.

Por outro lado existe um mercado em crescimento relacionado com produtos wi-fi enable voltados para consumo caseiro. São eletro eletrônicos que já trazem embutido conexões e chips wi-fi. Ainda é um produto destinado aos heavy-user de tecnologia.

Enfim, me arrisco a dizer que dependendo de como o mercado provedor de serviços wi-fi (provedores, fabricantes de devices e laptops, operadoras de telecom, fabricantes de antenas, etc) se movimentar e a que velocidade, existe uma possibilidade que o uso de wi-fi em grandes áreas metropolitanas seja substituido por outras tecnologias como WiMax, que irão pegar carona na necessidade despertada e levar adianteira nas questões que o Wi-Fi não conseguiu resolver.

Não será estranho nem a primeira vez que isso acontece, que uma tecnlogia como wi-fi, acabe tendo seu uso reorientado pelo mercado consumidor. O que foi pensando para ser usado em na rua e em aeroportos pode acabar sendo usado intensivamente in-doors, ou seja, dentro de casa. Fica aqui o registro . Ainda tem muita coisa para acontecer nos próximos 2-3 anos. A convergência de tecnologias redes wireless deve se intensificar e novas padrões poderão surgir. No próximo post sobre este special report pretendo comentar justamente sobre quais são as possibilidades de futuro.

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