Hoje eu resolvi escrever um post que n�o tem origem em uma not�cia. Tem origem na s�ntese de tudo que tenho lido e publicado neste blog. Queria comentar rapidamente sobre uma quest�o muito pouco abordada nas not�cias sobre avan�os da tecnologia wireless, a privacidade do consumidor.
Um dos maiores desafios daqui para frente, quando se falar de Marketing utilizando tecnologias sem fios, diz respeito � at� que ponto as empresas ir�o oferecer valor e comodidade, sem ferir a a privacidade do consumidor, mais do que j� acontece hoje em dia.
Qualquer pessoa hoje, dificilmente consegue sair de casa sem ser bombardeado por cententas de imagens, informa��es e apelos comerciais. Outro dia eu estava no parque da cidade fazendo uma inocente caminhada, quando diante dos meus olhos vejo dois carros zeros estacionados na beira da pista de corrida, com suas portas abertas e seus vendedores por perto conversando com alguns poss�veis clientes. A cena parece banal, mas se voc� parar para pensar, naquele lugar e naquele momento, nenhuma daquelas pessoas saiu de casa para comprar um carro no parque da cidade. Ningu�m queria comprar nada. Queria apenas relaxar um pouco, descansar de uma semana agitada. Mas a mente e a aten��o daquelas pessoas, mais uma vez, at� com certa vulnerabilidade naquele momento, � atra�da e estimulada para o consumo. Elas sairam de casa para fazer bem � sa�de e voltaram fazendo contas para saber se t�m condi��es de financiar um carro. Situa��es como essa se repetem a todo instante.
O que acontece com as possibilidades propiciadas pelas tecnologias wireless � que este n�vel de intrus�o das empresas na vida dos consumidores, quando estes n�o querem vestir este papel, pode chegar a graus ainda n�o imaginados. O poder de individualizar a mensagem e o potencial de ubiquidade, ou seja, de estar em todo lugar, podem ocupar os �ltimos espa�os da vida das pessoas ainda isentos de mensagens comerciais, e quando isso come�a acontecer o grau de rejei��o por determinada empresa ou produto pode jogar contra ela e n�o a favor dela.
Parece dif�cil imaginar o que eu disse no par�grafo anterior porque ainda n�o vivemos neste mundo wireless em sua plenitude. Mas um �nico exemplo � suficiente para nos d� a id�ia do que nos espera se nada for feito. Veja o que aconteceu com o uso do e-mail. No in�cio da internet comercial na d�cada de noventa, e-mail era exclusivamente para uso privado na comunica��o entre as pessoas. Quando se falava no tr�fego de e-mails na internet tinha-se uma id�ia da quantidade de pessoas conectadas e se comunicando atrav�s da internet. Dez anos depois as estat�sticas dizem que 85% dos e-mails enviados pela Internet s�o comerciais e o pior, a sua esmagadora maiora � formada de mensagens n�o solicitadas ou indesejadas (SPAM).
O paralelo com o mundo sem fios n�o est� distante. Devices m�veis t�m o mesmo n�vel de individualidade que os e-mail. Mais do que isso, tem o poder de localizar as pessoas que os estejam usando em qualquer lugar geogr�fico em que ela se encontre, sem contar com a possibilidade de integra��o com v�rias outras redes wireless interligadas � web. J� � poss�vel, por exemplo, oferecer produtos e servi�os baseados n�o apenas no perfil do consumidor mas no espa�o f�sico em que ele se encontra. A capacidade de conex�o entre objetos, atrav�s de tecnologias RFID, por exemplo, permitem �s empreas acompanharem osconsumidores at� o seus guarda-roupas, ou suas cozinhas, sem que eles tenha no��o do que est� acontecendo (Leia os post anteriores onde menciono mais sobre isso).
Portanto, empresas que pretendem utilizar tecnologias wireless para oferecer produtos e servi�os aos seus clientes, devem avaliar muito bem se n�o est�o invadindo um espa�o n�o autorizado por este cliente. Precisam se certificar que o cliente n�o s� autorizou esta comunica��o, mas que ele est� ciente de quando e onde ele est� sendo monitorado. Precisa tamb�m saber sempre onde e como seus dados est�o sendo utilizados. A import�ncia da preserva��o da privacidade no relacionamento com os clientes ter� um peso muito maior no mundo wireless que come�amos a vislumbrar do que j� tem atualmente.
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